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quarta-feira, outubro 31, 2012

Parnaíba e Seus Imperativos


É comum ler sobre os imperativos estratégicos de países, mas raramente vejo algo sobre os imperativos estratégicos das cidades.

Da Wikipédia: Estratégia, segundo Mintzberg, trata-se da forma de pensar no futuro, integrada no processo decisório, com base em um procedimento formalizado e articulador de resultados.

Vemos com facilidade uma discussão de como os EUA precisam manter o domínio da região do Caribe para poder projetar poder no resto do mundo, ou como a Rússia precisa criar zonas de proteção na sua fronteira europeia dada a impossibilidade de se defender de um ataque por essa área, ou como o Brasil precisou de mais de uma geração para construir uma infraestrutura que permitisse tirar proveito das terras férteis do interior paulista e do sul do país.

Sobre Parnaíba continuamos falando sobre alguns dos imperativos de uma estratégia que vejo perdida no imaginário das pessoas daqui. Falamos há décadas do porto, aeroporto, ZPE, etc, mas essas são ferramentas dentro de uma visão do papel regional da cidade que não se fala mais.

O que vejo mais frequentemente é um pessimismo do tipo “O porto é inviável, os portos de São Luís e do Ceará nunca vão nos deixar acontecer” ou “Ao invés de porto devíamos ter uma marina” ou “O aeroporto só serve para os urubus” ou, a mais famosa de todas, “Parnaíba é a cidade do já teve”.

Precisamos de um choque de ânimo e realidade: o papel de nossa cidade precisa ser pensado e uma visão clara de futuro precisa ser comunicada para que todos possamos fazer parte dessa luta.

De maneira bem clara, quando o aeroporto daqui foi ser reformado para ser internacionalizado as cidades de Camucim e Barreirinhas, respaldadas pelos seus respectivos governos, lutaram para tomar para si essa ferramenta, lembram? E quantos anos não se lutou para o Ceará fazer a estrada que ligava Chaval a Granja (reduzindo enormemente a distância para Fortaleza e aumentando o fluxo de caminhões por Parnaíba) e, diz-se, o lobby de Sobral sempre lutou contra?

As cidades bem sucedidas têm uma visão estratégica que delineia sua atuação. Um exemplo clássico é de como a prefeitura de Nova Iorque nos EUA gastou uma fortuna para cavar um canal de navegação ligando o rio Hudson aos grandes lagos e assim conseguindo tirar a cidade de uma decadência econômica, isso no século XIX. Hoje a França, para tornar o porto de LeHavre competitivo na Europa, está investindo milhões, durante a crise, fazendo um canal de navegação para ligar o porto às principais vias fluviais do norte da Europa.

Portanto, a análise de nossa região, nossas fraquezas e fortalezas, o delineamento de nossa visão de futuro enquanto cidade, é parte essencial para podermos construir uma cidade próspera e boa para os aqui moram.

Vou começar a escrever pequenos textos para estimular o debate e a reflexão, apreciaria a participação de todos nos comentários.