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segunda-feira, novembro 05, 2012

Uma Breve Visão Pessoal do Território

Se queremos construir um plano estratégico para nossa cidade, a primeira coisa a fazer é observar o território em que estamos inseridos. Dessa forma poderemos mapear as oportunidades e ameaças bem como as nossas fortalezas e fraquezas.

Seguindo a análise do território, precisaremos definir nosso papel (visão de futuro) e como faremos para atingir nossas metas.

O Território Imediato
A primeira lembrança que vem sempre é o potencial turístico de nossa região: Delta, Lençóis, Jeri, Parnaíba mesmo, Sete Cidades, Barra Grande, enfim, efetivamente temos o potencial para ser o portal de entrada para todos esses turistas.

Temos também uma população de mais de 600 mil pessoas do entorno de Parnaíba, cerca de 14 municípios, que usam os serviços e comércio de Parnaíba. Essas pessoas nos tornam naturalmente num polo de saúde, comércio e educação.

Temos também terras planas e regularidade de chuvas, o que nos transforma em uma área de fronteira agrícola. Já têm muitas fazendas de grãos perto de nós em São Bernardo e Chapadinha. A região de Piracuruca já começa a ter alguma coisa de soja. Essa agricultura é industrial e necessita de muito capital e tecnologia. As fábricas para processamento dessas safras são uma decorrência natural da atividade. Temos de nos posicionar para ser aqui o centro fabril, isso exigirá uma série de atitudes para mudar a cultura do governo estadual e municipal frente aos empreendedores.

O Piauí já é o terceiro maior produtor de soja do Centro-Norte brasileiro. Para não falar do polo irrigado de Parnaíba e do Tabuleiro Maranhense. Só o perímetro irrigado de Parnaíba terá mais de 10 mil hectares a serem cultivados.

Com a queda das barreiras de importação de etanol dos EUA, haverá uma forte demanda por novas terras para plantio de cana e nossa região, tendo capacidade de escoamento, poderá receber esses investimentos.

O próximo leilão da Agência Nacional de Petróleo vai leiloar lotes terrestres na vizinha Barreirinhas e lotes marítimos inclusive em nosso litoral. Vale ler a chamada da ANP (aqui) que destaca o potencial enorme da região.

Temos uma cultura exportadora, Parnaíba foi forjada no comércio internacional e isso está vivo em nossa cidade. Temos empresas fabris na área de gorduras vegetais (ceras), química fina e curtumes, todas de padrão internacional. Outra cultura forte de nossa cidade é da produção leiteira, com o potencial de ser uma forte geradora de emprego e renda nas pequenas propriedades rurais da região.

Expandindo o Território

Em minha opinião o maior tesouro em nossas mãos é o próprio Rio Parnaíba, já defendi em dois textos em meu blog a necessidade de fazermos dele um rio plenamente navegável (aqui e aqui), não vou me alongar sobre isso nesse texto, mas o rio me permite expandir nosso território de análise, então sigamos.



Para oeste temos o enorme rebanho bovino na região de Presidente Dutra (Ma) que soma mais gado do que no resto do nordeste todo.

Ao sul temos todas terras férteis à margem do Parnaíba e a segunda maior jazida de gás do país, na região do entorno de Floriano.

Mais ao sul temos os cerrados piauienses, a mina de níquel de Capitão Gervásio, todo potencial mineral do Piauí ainda está por ser definido, mas fala-se de grandes jazidas de ferro no município de Cocal dentre outas. Todo esse escoamento da produção mineral será melhor realizado pelo rio.

Indo mais além, o Rio Balsas, tributário do Rio Parnaíba, nos leva para a boca das safras agrícolas do sul maranhense e do norte do Centro-Oeste, o atual celeiro do país e que sofre sempre com as dificuldades do escoamento de suas safras.

A ferrovia Transnordestina é fruto dessa análise, ela se coloca para escoar toda essa produção agrícola e mineral do sul do Piauí para o porto de Suape, em Pernambuco e para os portos do Ceará. Não existe um ramal que traga essas carga para Parnaíba nem que ligue a ferrovia ao Rio Parnaíba para um transporte multi-modal.

Encerro reforçando que precisamos ter uma visão clara de nossa cidade para que as lideranças políticas possam se comprometer e atuar. Defendo a ideia de que o futuro de nossa cidade vai além de ser um polo para serviços de saúde, educação e turismo, podemos ser ainda muito mais. Temos a localização geográfica e nossa história mostra que podemos ser uma cidade de muita importância econômica, já fizemos antes, podemos fazer novamente!

2 comentários:

  1. ‘Em se plantando, tudo dar’. Vai depender dos investimentos, principalmente em infraestrutura. E será que as ‘forças’ da capital, admitem essa possibilidade desenvolvimentista para nossa Região, em especial, Parnaiba?

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  2. muito bom seu texto.

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