Publicado no Diário do Povo em 04/06/2013
Já tem um
tempo que o debate político nacional ficou um tanto monótono e
todos repetindo certas pretensas ideias que na verdade são meras
palavras ocas. Ainda assim, fico impressionado com o uso intenso
dessa tal “justiça social” que se mete em todo discurso político
aqui e Brasil afora. Quanto mais me pergunto sobre o que os
políticos, dos mais diversos matizes ideológicos, querem dizer com
isso, mais confuso eu fico. Afinal, para usar o termo dessa forma
parte-se de uma ficção de que toda riqueza pertence a um só dono,
a sociedade, que, de uma maneira inexplicável, tem o dever de
garantir sua distribuição.
Então
encontrei um excelente texto de Alejandro Antonio Chaufen, “Justiça Social e o Papa Francisco: Escolhendo Liberdade à Servidão” que uso
como guia a seguir para tentar esclarecer as raízes históricas
dessa tal “justiça social”:
Justiça
social em si não é algo novo, em seu tratado “Lei Natural”, de
meados do século XIX, o jesuíta Luigi Taparelli já usou esse
termo, como conceito de justiça que se faz além dos tribunais.
Outro, o padre Rosmini, beatificado pelo Papa Benedito, escreveu “A
Constituição sob a Justiça Social” e abertamente critica as
políticas redistributivas. Já o jesuíta, Juan de Mariana
(1536-1624) argumentou que a igualidade perante a lei exige que
exista alguma desigualdade, afinal seria justo que quem fosse mais
produtivo devesse ganhar mais. Na encíclica Rerum Novarum de 1891
tem claramente dito “ nesse tópico dos direitos nós devemos
ser guardiães diligentes contra se dar muita autoridade para o
Estado.”. Na primeira metade do século XX outro jesuíta,
Oswald Nell-Breuning escreveu que é contra a justiça social fixar
salários que sejam acima do nível que viabiliza as empresas. Então,
fica claro que Justiça Social é parte da doutrina católica, mas de
uma maneira exatamente oposta à que é usada popularmente, inclusive
por inúmeros sacerdotes, especialmente os ligados à Teologia da
Libertação.
Mas de
onde vem essa ideia de justiça social ser algo relacionado à
políticas redistributivas? Vem de Benedito Mussolini que fundou o
movimento fascista na Itália na década de 1930. Fascismos deriva de
“fasces”, que em latim era um dos símbolos usados pelos
romanos para se referirem à justiça. Uma das recomendações de
Mussolini era de que o fascismo precisaria de um novo nome em cada
país que fosse adotado. Perón, grande admirador do fascismo, fundou
na Argentina o partido Justicialista, adotando o discurso da promoção
da justiça social através das políticas redistributivas. Desde
então a Argentina só foi ladeira abaixo, mas o exemplo não serviu
para os nossos políticos que continuam abusando dessa péssima ideia
reminiscente de um conceito ditatorial e totalitário do Estado.
Desconfiemos
então das pessoas que usam o termo “justiça social”(no contexto de política redistributiva), ou são
ignorantes que não sabem do que estão falando ou então são lobos
disfarçados de cordeiro, que desejam de fato uma sociedade não
democrática, fascista, e onde o grupo “deles” decide o que é
justiça ou não, normalmente em seu próprio benefício e não para
o bem do povo que eles dizem tanto amar.
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Miséria – é fácil acabar com ela.
ResponderExcluirConviver com as denúncias de miséria absoluta, aceitar a corrupção como inevitável, assistir pessoas doentes sofrendo, e sermos governados por pessoas sumamente competentes, quando se trata de defender seus interesses, era o quadro do Brasil, antes de ser despertado pelos movimentos sociais.
Agora, precisamos construir o Nosso Brasil sem miséria e isso é muito simples: Programa de Erradicação da Miséria Leia no blog http://nossobrasilja.blogspot.com.br/