Se
queremos construir um plano estratégico para nossa cidade, a
primeira coisa a fazer é observar o território em que estamos
inseridos. Dessa forma poderemos mapear as oportunidades e ameaças
bem como as nossas fortalezas e fraquezas.
Seguindo
a análise do território, precisaremos definir nosso papel (visão
de futuro) e como faremos para atingir nossas metas.
O
Território Imediato
A
primeira lembrança que vem sempre é o potencial turístico de nossa
região: Delta, Lençóis, Jeri, Parnaíba mesmo, Sete Cidades, Barra
Grande, enfim, efetivamente temos o potencial para ser o portal de
entrada para todos esses turistas.
Temos
também uma população de mais de 600 mil pessoas do entorno de
Parnaíba, cerca de 14 municípios, que usam os serviços e comércio
de Parnaíba. Essas pessoas nos tornam naturalmente num polo de
saúde, comércio e educação.
Temos
também terras planas e regularidade de chuvas, o que nos transforma
em uma área de fronteira agrícola. Já têm muitas fazendas de grãos
perto de nós em São Bernardo e Chapadinha. A região de Piracuruca
já começa a ter alguma coisa de soja. Essa agricultura é
industrial e necessita de muito capital e tecnologia. As fábricas
para processamento dessas safras são uma decorrência natural da
atividade. Temos de nos posicionar para ser aqui o centro fabril,
isso exigirá uma série de atitudes para mudar a cultura do governo
estadual e municipal frente aos empreendedores.
O Piauí
já é o terceiro maior produtor de soja do Centro-Norte brasileiro.
Para não falar do polo irrigado de Parnaíba e do Tabuleiro
Maranhense. Só o perímetro irrigado de Parnaíba terá mais de 10
mil hectares a serem cultivados.
Com a
queda das barreiras de importação de etanol dos EUA, haverá uma
forte demanda por novas terras para plantio de cana e nossa região,
tendo capacidade de escoamento, poderá receber esses investimentos.
O próximo
leilão da Agência Nacional de Petróleo vai leiloar lotes
terrestres na vizinha Barreirinhas e lotes marítimos inclusive em
nosso litoral. Vale ler a chamada da ANP (aqui) que destaca o
potencial enorme da região.
Temos uma
cultura exportadora, Parnaíba foi forjada no comércio internacional
e isso está vivo em nossa cidade. Temos empresas fabris na área de
gorduras vegetais (ceras), química fina e curtumes, todas de padrão
internacional. Outra cultura forte de nossa cidade é da produção
leiteira, com o potencial de ser uma forte geradora de emprego e
renda nas pequenas propriedades rurais da região.
Expandindo
o Território
Em minha
opinião o maior tesouro em nossas mãos é o próprio Rio Parnaíba,
já defendi em dois textos em meu blog a necessidade de fazermos dele
um rio plenamente navegável (aqui e aqui), não vou me alongar sobre
isso nesse texto, mas o rio me permite expandir nosso território de
análise, então sigamos.
Para
oeste temos o enorme rebanho bovino na região de Presidente Dutra
(Ma) que soma mais gado do que no resto do nordeste todo.
Ao sul
temos todas terras férteis à margem do Parnaíba e a segunda maior
jazida de gás do país, na região do entorno de Floriano.
Mais ao
sul temos os cerrados piauienses, a mina de níquel de Capitão
Gervásio, todo potencial mineral do Piauí ainda está por ser
definido, mas fala-se de grandes jazidas de ferro no município de
Cocal dentre outas. Todo esse escoamento da produção mineral será
melhor realizado pelo rio.
Indo mais
além, o Rio Balsas, tributário do Rio Parnaíba, nos leva para a
boca das safras agrícolas do sul maranhense e do norte do
Centro-Oeste, o atual celeiro do país e que sofre sempre com as
dificuldades do escoamento de suas safras.
A
ferrovia Transnordestina é fruto dessa análise, ela se coloca para
escoar toda essa produção agrícola e mineral do sul do Piauí para
o porto de Suape, em Pernambuco e para os portos do Ceará. Não
existe um ramal que traga essas carga para Parnaíba nem que ligue a
ferrovia ao Rio Parnaíba para um transporte multi-modal.
Encerro
reforçando que precisamos ter uma visão clara de nossa cidade para
que as lideranças políticas possam se comprometer e atuar. Defendo
a ideia de que o futuro de nossa cidade vai além de ser um polo para
serviços de saúde, educação e turismo, podemos ser ainda muito
mais. Temos a localização geográfica e nossa história mostra que
podemos ser uma cidade de muita importância econômica, já fizemos
antes, podemos fazer novamente!